domingo, 9 de setembro de 2007

A tortura policial tem o apoio da população?

Veja e responda a enquete sobre espancamento de criminosos.
OBS- Em azul transcrevi o texto da revista Veja, e em vermelho escrevi o meu comentário.
Em matéria publicada na Veja edição de 22 de agosto de 2007, foi feito uma resenha sobre o livreo "A Cabeça do Brasileiro (Record; 280 páginas; 42 reais), do sociólogo Alberto Carlos Almeida, que chega às livrarias nesta semana. ( final de agosto ) O livro traz os resultados da Pesquisa Social Brasileira, um levantamento no qual se investigaram os principais valores presentes no cotidiano social, econômico e político nacional. Enfim, o que se pode denominar de
"o pensamento do brasileiro".
"O levantamento expressa a opinião dos brasileiros sobre diversos temas. Não pretende, é importante ressaltar, revelar como agem. A pesquisa é sobretudo a respeito da ética nacional ou das várias éticas que convivem no interior do país. Pegue-se o exemplo do "jeitinho". ( O jeitinho brasileiro é uma das causas que estimula a corrupção em todos os níveis) A maioria esmagadora da população já lançou mão dele para resolver problemas. De acordo com Almeida, essa parcela equivale a dois terços da população. A pesquisa se ocupou, ainda, de um aspecto bastante danoso da vida nacional, o patrimonialismo. Uma das conseqüências do patrimonialismo é a confusão entre o público e o privado."
O autor do livro fez vários questionamentos aos entrevistados e à pergunta " A polícia está certa em bater nos presos para que eles confessem seus crimes?" teve como resultado que um grande número de pessoas disseram sim. Por este motivo fiz uma enquete , reproduzindo a mesma pergunta da Veja, porém, sem separar as pessoas pelo nível de escolaridade.
Todos nós sabemos que uma parte consideravável da população brasileira defende a tese de que os criminosos devem ser espancados pela polícia para confessarem seus crimes, ou se confessarem devem apanhar como punição. O que o que muita gente não gosta é quando seus parentes são vítimas de tortura quando praticam alguma ação tipificada na Lei como Crime. Não interessa qual o tipo de crime que uma pessoa possa ter cometido, ela jamais deverá ser espancada, e cada pessoa deve ter como objetivo denunciar este tipo de crime que venha a ser praticado pelos agentes públicos responsáveis pela repressão criminal. Muitos agentes públicos cedem ou ou dia cederam a esta prática abjeta, já que formaram seu caráter ouvindo diariamente que "bandido tem que apanhar".
O cidadão passa em um concurso público para ser policial, e esta lição está em seu inconsciente, e com certeza colocará em prática este "método de investigação" que muitos ainda hoje acham muito eficiente. Toda a sociedade precisa ser reeducada para defender que nenhum homem pode ter sua integridade física violentada ou o seu direito de ir e vir ilegalmente restringido.

Um comentário:

Unknown disse...

É lamentável que uma parcela significativa da população apóie uma prática tão repugnante como a da tortura. Esse raciocínio chega até a entrar em conflito com a ideologia prescrita pela Constituição. Ora, se a Carta Magna reflete os anseios e pensamentos de um povo em uma determinada época, como pode essa mesma comunidade pensar justamente o contrário em um lapso temporal tão curto?

É mais um abalo que sofre a nossa lei maior de apenas 19 anos (sem mencionar os ferimentos provocados por mais de 50 emendas). Isso se mostra como algo de extrema gravidade, visto que práticas como essas, sendo não apenas ilegais, mas inconstitucionais, ferem de morte os tão prezados direitos fundamentais, como a vedação da tortura. E, atacando-se a lei principal, todo o ordenamento jurídico brasileiro fica em perigo. Logo, faz-se necessária uma forte repressão às atitudes desses policiais.

Bem, finalizo dizendo que é louvável a iniciativa de pôr estas questões em debate. E isso porque é crucial que esses temas, que tanto afetam a vida social, sejam discutidos. Deixo, então, meus parabéns.

Gustavo Araújo.